Os desafios para expansão e capitalização de Fundos Socioambientais Rotativos

A Força Tarefa Brasileira de Finanças Sociais – FTFS alinhou 15 recomendações para o avanço das Finanças Sociais no Brasil. Uma das alavancas consiste na ampliação de oferta de capital, trazendo mais recursos para o campo das Finanças Sociais e Negócios de Impacto, chegando a R$50 bilhões/ano até 2020. Uma dessas recomendações consiste na expansão e capitalização de Fundos Socioambientais Rotativos (FSR). Confira a seguir o artigo de Rob Packer* e Leonardo Letelier** sobre os desafios para a expansão deste mecanismo financeiro:

Os FSR representam uma vertente importante dentro da carteira de investimentos de impacto de pessoas físicas, fundações, institutos e do próprio BNDES, a quem originalmente se destina a recomendação. Tomando emprestados atributos da filantropia (o recurso entra no Fundo sob a forma de doação) e de Investimento de Impacto (o recurso sai do fundo sob forma de empréstimo ou investimento), os FSR oferecem a flexibilidade e a possibilidade de investimentos que não seriam realizados de outra forma – em situações onde o risco é desproporcional ao retorno – mas com uma probabilidade não desprezível de que o capital volte ao fundo, “reciclando” o capital originalmente doado.

Os desafios para a expansão dos FSR partem do mesmo lugar dos seus benefícios: ao ficar “no meio do caminho” entre filantropia e investimento de impacto e apresentar ampla flexibilidade, aqueles que procuram uma solução simplificada não se identificam com o instrumento. A boa notícia é que, com o amadurecimento do setor de Finanças Sociais no Brasil, os atores entendem cada vez melhor suas próprias necessidades e como traduzi-las aos instrumentos adequados, mesmo que um pouco mais refinados. Além do BNDES, que está estudando ativamente essa alternativa, cada vez mais fundações e indivíduos procuram a Sitawi – que opera três desses fundos com mais de 30 empréstimos acumulados – para avaliar essa opção estratégica.

Como parte do esforço de implementação das demais recomendações da Força Tarefa de Finanças Sociais, ao final de 2016, um grupo de fundações e institutos criou um FSR para experimentar mecanismos de Finanças Sociais. Acreditamos que a expansão dos FSR no país – da atual escala de milhões de reais para uma escala de dezenas de milhões, com mais atores estabelecendo Fundos Socioambientais Rotativos – facilite a entrada daqueles que querem experimentar um Investimento de Impacto a partir de recursos e mentalidade de filantropia e, ao mesmo tempo, amplie os tipos de capital disponível para os Negócios de Impacto e, com isso, o impacto socioambiental no Brasil.

Acreditamos que a expansão dos Fundos Socioambientais Rotativos no país facilite a entrada daqueles que querem experimentar um Investimento de Impacto a partir de recursos e mentalidade de filantropia e, ao mesmo tempo, amplie os tipos de capital disponível para os Negócios de Impacto e, com isso, o impacto socioambiental no Brasil.

* Rob Packer é gerente de Finanças Sociais da Sitawi Finanças do Bem

** Leonardo Letelier é fundador e CEO da SitawiI Finanças do Bem

 – Este material compõe o Relatório “Avanço das recomendações e reflexões para o fortalecimento das Finanças Sociais e Negócios de Impacto no Brasil” produzido pela Força Tarefa de Finanças Sociais – FTFS, da qual a Sitawi Finanças do Bem compõe, junto ao Instituto de Cidadania Empresarial – ICE, a diretoria executiva.  

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