Primeiro mapa de negócios de impacto social e ambiental

Educação e tecnologias verdes são os temas com maior incidência em negócios de impacto, segundo o Mapa de Impacto 2017. Realizado pelo Pipe.Social, plataforma de conexões para empreendedores, o estudo consultou 579 organizações com o intuito de criar um raio-x do ecossistema e acompanhar a evolução do setor.

É crescente o número de empresas que têm em seu DNA o compromisso de resolver problemas sociais e ambientais. Dentre os negócios mapeados, 70% já estão formalizados e 40% têm menos de três anos de fundação. O número de iniciativas mapeadas fundadas por mulheres é de apenas 20% e, do montante total, 63% encontra-se na região sudeste.

Além do retrato geral, o relatório traz um olhar analítico dos dados, com reflexões sobre o setor. Diversos especialistas participaram do processo de construção da pesquisa com comentários e reflexões.

“O mapeamento foi um grande passo para ter um panorama profundo dos negócios de impacto brasileiros. Mostra quanto o setor já avançou e onde nós, como intermediários, devemos concentrar os nossos esforços para fazê-lo ainda mais forte e transformador. Esperamos que próximas edições contemplem também os negócios de impacto sem fins de lucro”, comentou Leonardo Letelier, CEO da Sitawi.

Pesquisas apontam* que o investimento de impacto tem crescido exponencialmente. O levantamento da Pipe.Social aponta que o Brasil está acompanhando a tendência mundial e, embora formalizado, empregando e gerando renda, ainda precisa endereçar questões importantes e amadurecer em diversos aspectos. Atualmente, existe uma desconexão entre os interesses dos investidores e as necessidades dos empreendedores. Enquanto existe uma alta demanda por capital nos estágios iniciais, as ofertas de investimento se concentram em fases mais maduras da jornada dos empreendimentos.

Rob Packer, Gerente de Finanças Sociais salienta sobre a questão da mensuração de impacto. Segundo o relatório, cerca de um terço dos entrevistados não acham necessário medir ou acompanhar seu impacto e 31% ainda não definiram indicadores de impacto.

“Apesar do forte crescimento do interesse pelo campo, os negócios precisam se comprometer com o entendimento e mensuração do seu impacto, e ainda há um longo caminho a percorrer para integrar essas considerações no dia-a-dia dos negócios mapeados”, pontuou.

Os resultados da pesquisa e material completo podem ser acessados através do link: https://pipe.social/pipelabo/mapa2017

* Pesquisa da Global Impact Investing Network de 2016 registrou mais de US$77 bilhões em ativos de investimento de impacto sob gestão, com a intenção de aumento do capital em 16% em 2017. Fonte: GIIN, 2016.

A última pesquisa do U.S. Trust, realizada com uma base de 684 investidores, revelou que mais de 85% dos millennials entrevistados estavam interessados ou detinham investimentos de impacto social. Fonte: U.S. Trust Insights on Wealth and Worth Survey

 

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