O seminário Qualicidades, realizado pelo Sebrae em parceria com o IETS e a Camara Metropolitana, reuniu palestrantes nacionais e internacionais para discutir soluções para a gestão e a governança. Durante dois dias, os participantes discutiram oportunidades e modelos de financiamento, eficiência energética, cidades inteligentes e integração nas metrópoles, entre outros assuntos.
A mesa sobre Oportunidades e Novos Modelos de Financiamento contou com a participação do CEO da Sitawi Finanças do Bem, Leonardo Letelier.
– O SIB – Social Impact Bonds ou Títulos de Impacto Social (TIS) – oferece uma estrutura mais flexível para prestadores de serviços perseguirem as metas de resultados sociais com maior efetividade, transferindo o risco financeiro para o investidor privado e promovendo racionalidade no uso dos recursos públicos ao criar evidências que viabilizam a integração de intervenções nas políticas públicas – comentou Leonardo.
Segundo ele, os SIBs são um mecanismo de contratação pública e financiamento privado de serviços sociais com pagamento condicionado ao atingimento de metas de resultados sociais, aferidos por um avaliador independente. A duração típica de um contrato de SIB é de 3 a 7 anos.
Durante o encontro, surgiram novidades — como o projeto da Cisco para dotar o Porto Maravilha de acesso digital —, projetos surpreendentes, como o que monitorou os caminhos do lixo de Seattle, propostas polêmicas, como investimentos para aumentar o uso de energia solar e do biogás.
Um estudo inédito sobre as Centralidades Metropolitanas, foi apresentado durante a programação pela pesquisadora Maína Celidônio. A pesquisa mostrou algumas dinâmicas do desenvolvimento, que reforçam a defesa do adensamento das cidades, levantado por tantos urbanistas críticos de políticas que favorecem a expansão das áreas urbanizadas.
– Quanto mais densa, maior a renda média. Áreas de alta concentração de empregos são também áreas com maior concentração de trabalhadores qualificados – observou Maina.
Segundo a economista, isso ocorre em função de ganhos de produtividade relacionados à proximidade de oportunidades e empresas. Por outro lado, as regiões mais densas são também as de maior desigualdade.
– Os locais que mais atraem pessoas são também os mais dinâmicos e criativos das cidades. E são também onde os problemas se apresentam. Temos de olhar com cuidado esses locais e incorporar esse conhecimento ao planejamento urbano, para que se desenvolvam com mais qualidade e eficiência – disse Manuel Thedim, diretor do IETS.