Um quarto das terras do nosso planeta está, tradicionalmente, sob propriedade, gestão ou ocupação dos povos indígenas e comunidades locais. Apesar da crise ecológica e climática que estamos enfrentando há algumas décadas, essas áreas ainda são classificadas como protegidas ou com baixíssima intervenção humana. Isso se dá por séculos de conhecimentos e práticas sustentáveis tradicionais, com cooperação entre sociedade e natureza.
Sendo assim, seria lógico que esses povos fossem considerados centrais nas discussões e soluções para a conservação da biodiversidade. Porém, apesar de cada vez mais reconhecidos, raramente seus conhecimentos são levados em consideração e seus representantes participam na tomada de decisões nesse sentido.
Importância para a sociedade
Nosso padrão de consumo e produção atual já se mostraram incompatíveis com a capacidade do planeta em fornecer recursos e matérias-primas. O sistema ecológico e climático global está entrando em colapso, por isso, nos últimos anos vimos os desafios climáticos e ambientais entrarem em ascensão no debate da sociedade.
O uso sustentável dos recursos naturais em conjunto com as práticas e meios de vida dos povos indígenas e comunidades locais permitiram que eles convivessem em harmonia com a natureza por milhares de anos. Especialistas afirmam que os governos devem aprender com os exemplos ambientais dados por esses povos. Caso nada seja feito, poderemos agravar ainda mais a crise ambiental que o mundo enfrenta devido às mudanças climáticas, perda da biodiversidade e poluição.
Reconhecimento
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) busca assegurar o respeito às culturas e aos modos de vida dos povos indígenas e reconhecer os direitos deles à terra e aos recursos naturais, e a definir suas próprias prioridades para o desenvolvimento. Além disso, a Constituição Brasileira também prevê que sua organização social, cultural, língua, crenças e tradições sejam respeitados.
Seguindo essa linha, a Cop 15 da Diversidade Biológica encerrou com um marco histórico: o reconhecimento explícito dos direitos, territórios e conhecimentos dos povos indígenas e comunidades tradicionais como forma mais eficaz de proteger a biodiversidade. Além de incluí-los ao longo de todo o processo de tomada de decisões, fortalecendo suas relações mais harmônicas com a natureza.
Essa inclusão indica que finalmente estamos começando a reconhecer o conhecimento tradicional que protegeu nossas terras por tanto tempo e incluindo-os nos debates políticos.
O papel das organizações
Os investimentos e finanças socioambientais apresentam função muito importante na conservação e uso sustentável da biodiversidade. Essa é, certamente, uma responsabilidade de todos. Tanto o governo quanto a filantropia e o setor privado precisam unir esforços e recursos para financiar a proteção da natureza, de modo que envolva os povos indígenas e comunidades locais nessas discussões e soluções.
A Sitawi, através de sua atuação com as Finanças de Conservação e Clima, tem se dedicado a desenvolver soluções financeiras que conservem a biodiversidade e salvaguardam modos de vida sustentáveis, com a participação de povos indígenas e comunidades locais. Nossos Programas Territoriais são desenhados e conduzidos através de gestão participativa local, garantindo o fortalecimento de capacidades institucionais, a representatividade e a participação direta nas tomadas de decisões.
E estamos prontos para tecer novos caminhos, parcerias e programas em direção a novas oportunidades para as pessoas e para a natureza. Faça parte desse movimento com a Sitawi.
Para saber como você pode atuar na conservação da biodiversidade e do clima, baixe o nosso mapeamento “Soluções financeiras para a conservação da natureza“