Quais os caminhos para parcerias de impacto socioambiental entre organizações sociais?

Ações colaborativas são indispensáveis para o terceiro setor. Afinal são elas que permitem às iniciativas inovarem e expandirem o impacto socioambiental na sociedade. No entanto, empreendedores sociais encontram alguns desafios para a colaboração entre as organizações. 

Então, como fortalecer o ecossistema de impacto?

Essa e outras reflexões foram debatidas no 1º Encontro Social Good Sphere Brasil, organizado pelo thedotgood em parceria com o Cieds. O evento, que aconteceu em 5 de julho, reuniu algumas organizações que foram contempladas pelo ranking de 2023 da instituição suíça. Relembre aqui.

A mesa “Caminhos para dimensionar e alavancar coletivamente nosso impacto” recebeu o nosso CEO Leonardo Letelier, Rafael Maretti (Base Colaborativa), Luiza Serpa (Instituto Phi), Sylvia Guimarães (Vaga Lume) e Taiana Jung, como mediadora.

Para Leonardo, para alcançar uma maior cooperação entre as organizações, precisamos reconhecer que vivemos em um contexto de competição. “Precisamos trazer a colaboração para o lado real, porque é muito difícil acontecer entre todos e para todos. Precisamos nos unir onde e como faz sentido”, destaca. 

Para Rafael, a vulnerabilidade e humanização dos líderes é muito importante para essa colaboração. “A gente sente vontade de colaborar em um lugar humano e imperfeito. A gente precisa de espaços para não só falar de números maravilhosos, mas falar dos erros e problemas, e a partir destas histórias a gente entende como se apoiar”, reflete. 

As organizações do terceiro setor estão constantemente passando por desafios e se transformando. Para Sylvia Guimarães é necessário que deixemos de lado o heroísmo – muita das vezes criado pela mídia –  e tenhamos uma escuta ativa com os beneficários. “As comunidades em que atuamos podem nos ensinar muito. O grau de partilha que eles possuem pode ser um antídoto para nossa tendência de competir e menos de colaborar”, enfatiza.

É possível firmar parceria com o poder público?

Mudanças estruturais não se fazem sem políticas públicas. Para isso, é necessário traçarmos estratégias em comum acordo com os objetivos coletivos. Letelier comenta que, no início da sua trajetória no terceiro setor, era muito resistente ao envolvimento com o setor público. “Ainda temos pouco envolvimento com o poder público, mas estamos mais abertos para a incidência pública e política em um lugar que é nosso. De economia a gente entende.”

Um exemplo de como ONGs podem fazer colaboração com o poder público é avançar e enriquecer discussões importantes para o terceiro setor – que é responsável por 4,27% do PIB brasileiro, segundo pesquisa a Importância do Terceiro Setor para o PIB brasileiro

É necessário que as organizações sociais se posicionem perante aos setores públicos, a fim de contribuir na criação de leis e políticas que incentivem e alavanquem nossas ações. 

A união faz a mudança

Colecionando dificuldades, mas com muita esperança, Luiza Serpa reforça que não devemos desistir: “A colaboração entre o setor é muito difícil, precisamos deixar de lado a agenda própria e abrir nossas gavetas para compartilhar com o outro o que a gente vem aprendendo e vem errando”.

Para uma parceria de sucesso, é necessária uma verdadeira relação de troca, flexibilidade e muita transparência. Somos uma comunidade de transformação e precisamos encontrar,  juntos, caminhos para uma nova cultura de atuação a serviço de um bem maior.

Aqui na Sitawi, iniciamos movimentos. Vamos juntos? Fale conosco

Publicações relacionadas

Ir para o conteúdo