Com 300 mil Ongs, que recebem anualmente R$ 10 bilhões, o Brasil pode ser considerado o país do terceiro setor. Porém, se fizermos uma breve análise, verificaremos que em média, cada uma destas organizações recebe apenas R$ 33 mil por ano, um valor inexpressivo para gerar um impacto social considerável.
Diferente dos Estados Unidos, por exemplo, o Brasil não possui muitos dados estatísticos. Por isso, a Sitawi decidiu realizar o estudo “Cenário das ONGs Brasileiras”, onde foram pesquisadas 236 organizações, em 17 estados. Entre os diversos temas pesquisados, o negócio social foi um dos mais importantes, pois mostrou um paradoxo entre o assistencialismo e entidades do 3° setor que estão procurando ser autossustentáveis com a geração de receita própria.
A amostragem provou que menos da metade, ou seja 48% possui alguma atividade que produz recursos financeiros, contra 52% que sobrevivem apenas com doações de terceiros. Das que possuem uma atividade, 52% destas estão relacionadas com prestação de serviços. Os dados apresentados desmistificam o mito de que realizar um negócio social pode fugir do objetivo/missão principal. Para 65% dos pesquisados, a atividade comercial é ou contribui significativamente para a missão. Entretanto, 34% não tem lucro algum ou tem até mesmo um prejuízo com as vendas.